domingo, 2 de maio de 2010

Gênero e Diversidade Sexual - oficina

Bom, pessoal, em maio e junho estarei realizando oficinas com profssores da Rede Estadual, uma sobre Teatro, outra sobre gênero e Diversidade Sexual... Abaixo a proposta da oficina e um vídeo pra todo mundo poder visualizar...

Gênero e Diversidade:

Força e persuasão – contrapondo ou aliando gêneros.

Edvandro L. S. de Souza (Ed)

Justificativa:

Força e persuasão: duas formas de conquistar poder. A primeira sempre esteve ligada à figura masculina, a segunda à feminilidade. Eva, entre os judaico-cristãos, Pandora entre os gregos. Ambas vieram a terra e trouxeram desgraças à raça humana, após convencer os “fortes homens” a desobedecer uma autoridade da qual eles sequer faziam idéia de quem era. E os pobres homens, durante milênios, tiveram que lutar, “sozinhos”, para manter a sociedade em pé. O castigo deles foi trabalhar (usar a força), o delas foi educar (usar a persuasão).

Os gregos e os romanos começaram a ensinar aos seus as artes da persuasão, mas a educação para a força ainda era mais importante. Fazer o inimigo sucumbir pelo poder militar, no final das contas, era o grande objetivo. Como prova disso, vemos Esparta (a cidade-estado que privilegiava o ensino da força) vencer Atenas (a que, de certa forma, criou a forma que ensinamos a persuasão até hoje, no Ocidente). A Idade Média carregou, nos porões da Igreja Católica, uma intensa luta entre essas duas forças. Quando veio a Reforma Protestante, em que a Educação começou a ter o caráter público que conhecemos atualmente, as pessoas começaram a perceber que persuadir poderia ser um remédio para milênios de barbárie.

Como o poder de persuadir, poderíamos dizer, é bem mais democrático que o poder da força, vários segmentos anteriormente enfraquecidos da sociedade começaram, paulatinamente, a “encontrar brechas” para lutar por seus direitos. Quase três séculos após a Reforma, na Revolução Francesa, vemos o primeiro movimento histórico em que as mulheres participam ativamente e com liberdade. Esse movimento jamais seria invertido. O século XX consolidaria a consciência, na mulher e na sociedade em geral, da necessidade de uma relação mais igualitária entre os gêneros e, por conseqüência, entre as etnias e toda uma gama de diversidades, as quais encontram, no momento atual, sua maior “força de persuasão”.

Problematização:

Nesta oficina, procuraremos problematizar sobre como essas duas formas de conquista do poder lutam, ou se aliam, na atualidade. Como conceitos anteriormente ligados à masculinidade ou à feminilidade se entrelaçam? O que o próprio movimento histórico tem auxiliado para que superemos conceitos e atitudes que antes eram exclusivos a um gênero ou outro? Como nossas noções de masculino e feminino tem se aproximado? Como essa aproximação tem aberto brechas para que compreendamos manifestações diferenciadas nas sexualidades? E como esse movimento nos faz compreender e alterar atitudes referentes a questões que vão além das sexualidades?

Descrição metodológica:

1) Contextualização histórica sobre as relações força-persuasão, masculino-feminino, das sociedades matriarcais pagãs à Revolução Francesa;

2) Apresentação de trecho do filme “Nós que aqui estamos por vós esperamos”, sobre a questão das mulheres no século XX;

3) Análise dos acontecimentos apresentados no filme sobre o Movimento Feminista pós-Segunda Guerra (incluindo a importância do Movimento Lésbico presente neste);

4) Apresentação do filme “Acorda, Raimundo, acorda!”, discussão sobre a inversão ou a divisão de papéis proposta pelo Movimento Feminista;

5) Problematização do desdobramento do Movimento Feminista nos tempos atuais;

6) Entrelaçamento histórico entre o Movimento Feminista, o Movimento Negro e o Movimento Gay nas décadas de 1950 – 1980: marcos, pessoas importantes. Sobre como o poder da persuasão foi importante na compreensão das diversidades (sexuais, étnicas, culturais etc);

7) Apresentação dos vídeos “Só por amar diferente” e “Por outros olhos”;

8) Apresentação das Fundamentações Legais (leis) relacionadas à Diversidade Sexual, dentro ou fora da escola.


quarta-feira, 21 de abril de 2010

Experimento "Pop Art"


Pessoal, ontem realizei uma atividade com base em apreciação de algumas obras da "Pop Art" e produção de painéis em forma de mural muito legal!!!


Só tô postando pra compartilhar minha felicidade com vocês!!!
No Orkut, tem também as fotos das obras que os alunos observaram antes de produzir e dos painéis completos!!!

domingo, 18 de abril de 2010

"Precioso Amor", Troupe Estrullini Teatro na Divaca


Uma das grandes lições que a arte pode ensinar, penso eu, é que o sujeito, a partir do auto-conhecimento, pode se tornar auto-didata. E melhor, que ele pode fazer isso em grupo, que ele pode ter ajuda, que não está sozinho. Por mais que se diga por aí que artistas são pessoas vaidosas, uma coisa é fato: quase nunca se faz arte sozinho. E mais: criar é um ato tão divino, que une verdadeiramente as pessoas. Pra mim, é uma relação de amor bastante profunda! A arte na escola tem a obrigação de ensinar isso!

A Arte na escola deve lutar contra uma infinidade de mazelas que uma pseudo-arte veiculada pela mídia vende por aí. E isso não quer dizer que ela precisa se afastar do mundo. A arte na escola deve ensinar por intermédio de ações, atitudes, comportamentos que, muitas vezes, baterão de frente com a instituição escolar da forma como está organizada. Hoje, quando compreendemos que a arte ensinada na escola já não é apenas "terapia ocupacional", devemos assumir o compromisso de mudar a dinâmica escolar, a partir das nossas aulas, da busca por alunos críticos, leitores da arte e do mundo. É preciso compreender que não é mais possível fugir da arte, ela nos rodeia, talvez até mais que a ciência, tão valorizada pelas instituições de ensino.


"Precioso Amor", espetáculo que estreei junto à Troupe Estrullini Teatro na Divaca, com minhas amigas Ana Cristina Pilchowski, Vera Lúcia Pilchowski e Camila Prietto Moreira, teve um processo de criação de quase dois anos. Nós tivemos que aprender e criar nossa própria forma de fazer, aprender sozinhos e buscar nossas técnicas e filosofias sobre o Teatro de Rua. Fizemos tudo sozinhos. O resultado: mais de 60 apresentações. Públicos de até 1200 pessoas no Festival de Teatro de Curitiba. Muitos risos. Bastante gente feliz. 7 anos em cartaz!


Ainda montamos mais dois espetáculos com a Troupe. Cada um, separadamente, continua multiplicando as formas que aprendemos a criar juntos, auto-didatas.


A Arte na escola deve estimular criações coletivas, mesmo que, em alguns momentos, "pareça" que alguns fazem e outros não. Aprender Arte não pode se converter, unicamente, na obtenção de respostas sobre conteúdos que, muitas vezes, estão mais ligados à História que às próprias Artes. Alguém que não "contribui" tanto para um processo coletivo, pode estar aprendendo muito mais que os demais, pela mera ação de observar e estar junto com os que fazem. É papel do professor clarificar ao aluno o quanto ele efetivamente participou e sondar o que ele "tirou" da experiência.


Saudades do Estrullini. Aprendi muito com vocês. O principal: aprendi que poderia aprender sozinho, quando quisesse!!! Mil beijos, meninas!!!

"As Sete Artes"


Abaixo texto que costumo passar aos alunos de Ensino Fundamental, como introdução às artes:


"AS SETE ARTES"


"Existem muitos tipos de Artes, principalmente no mundo contemporâneo, ou seja, no mundo do nosso tempo. No entanto, para começar a compreender todos esses tipos, vamos começar por uma simples classificação, uma separação em sete artes principais.


Em primeiro lugar, existem duas artes a que chamamos Artes Visuais. São elas:


1) Pintura: é a arte visual da expressão bidimensional;

2) Escultura: é a arte visual da expressão tridimensional;


Em segundo lugar, há duas artes a que denominamos Artes Cênicas. São assim chamadas porque são construídas por cenas. São elas:


3) Dança: é a arte cênica dos movimentos corporais;

4) Teatro: é a arte cênica da representação de personagens;


Por último, há mais três artes que não costumamos agrupar. São elas:


5) Literatura: é a arte da palavra escrita;

6) Música: é a arte dos sons;

7) Cinema: é a arte do vídeo ou da película. É costumeiramente chamada de sétima arte, por ter sido a última a ser inventada, em 1896."



Estas pequenas definições guiam a compreensão de cada uma destas artes e suas especificidades. No decorrer do tempo, outras formas, como a Arquitetura, irmã da Escultura, ou o Circo, irmão do Teatro, são incluídos, apresentados e explicados.

Na seqüência passarei a apresentar o plano de aulas que sigo, sempre que começo trabalhos com quintas e sextas séries do Ensino Fundamental.


A foto que acompanha esse texto vem falar sobre a questão do espaço e da relação entre as pessoas nas aulas de Artes, foco de nossa próxima discussão, abordado diretamente nas primeiras práticas com as sete artes que demonstrarei em seguida.

"Esponja Mergulhadora"

Este vídeo de Teatro de Animação é bastante útil, para qualquer série da Educação Básica.

Para cada ciclo o professor poderá abordar questões e aprofundar discussões diferentes.

Linguagem não-verbal, metalinguagem, diversas questões pertinentes ao Teatro, a Sonoplastia e a Trilha Sonora como personagens...

Tenho o hábito de reconstruir o roteiro da cena com os alunos, seja de forma escrita, oral ou por desenhos. Neste processo, os alunos percebem como a sonoridade e a gestualidade constróem o texto (não-verbal) do espetáculo.

Este vídeo, junto a outros que aqui exponho, tem sido base de minhas aulas, abordando cada uma das Artes, principalmente nas quintas e sextas séries do Ensino Fundamental. Neste trabalho, não procuro uma verbalização excessiva sobre as Artes, não espero uma resposta imediata, entretanto, tenho o objetivo de conceituar, diferenciar, classificar cada uma das Artes. Creio que este seja um bom trabalho de base em Artes, que pode ser aprofundado nas séries seguintes. O professor pode ter qualquer uma das formações para realizá-lo, já que não pretende um aprofundamento de cada uma delas, mas, sim, uma breve conceituação e uma experimentação e apreciação das Artes que agrupo como as "Sete Artes" (Visuais - Pintura e Escultura; Cênicas - Dança e Teatro; Cinema, Literatura e Música).

"Qualquer nota"

Compartilhando um vídeo que pode ajudar bastante a discutir e praticar teatro e música...

Sonoridade!!!

Os alunos adoram!!! Já usei bastante!!!

Onde é possível fazer Arte?


Desde que me formei, tenho "feito arte" em lugares e com pessoas de todo tipo...

Isso talvez tenha me ensinado a superar determinados preconceitos... Também me fez criar alguns, mas acho que na vida é assim mesmo...


Já trabalhei com todo tipo de criança e adolescente, em todas as faixas etárias, com mulheres que sofrem violância, com homens encarcerados, com atores de diversas formações e escolas, com diretores...


Em escolas, praças, projetos de todo tipo, centros culturais, campos de futebol, até em florestas já fiz teatro...


Hoje, na Rede Pública, como professor de Arte, me pergunto, cada vez mais, do que vale a Arte na escola... Para mim, mesmo vista como "terapia ocupacional" já é válida, porque tira dos alunos aquela obrigação de produzir sempre... No entanto, vejo que a disciplina de Arte precisa crescer para ganhar respeito na escola.


Para mim (baseado em muitos autores), a disciplina de Arte é válida quando ensina a forma como o artista pensa, como ele realiza seu trabalho. E que a Arte pode estar, mas não faz parte apenas do campo da loucura... Também não é aquela da Mídia... Não é a Fama... É tudo isso, sim, mas é muito mais...


Essa reflexão rápida pautará muito do que será escrito aqui...


Como é o Tempo na aula de Arte?


Como é o Espaço na aula de Arte?


O professor de Arte deve agir como os demais professores?


Como fica a questão da autoridade (bastante confundida com autoritarismo) num ambiente que precisa ser criativo, expressivo?


Como numerar, dar notas na expressão de alguém? Há expressão "errada"?


Ixe... São muitas e muitas e muitas perguntas... Elas hão de aparecer e se repetir aqui...


Mando essa postagem com uma imagem do "Projeto Criando a Liberdade", na Penitenciária Estadual de Londrina.


"O Rato, o Gato, o Cachorro e o Homem", outra criação coletiva... Nesse aí eu interpretei um travesti, gente, desafiador e divertidíssimo!!!